Paulo Francisco Danei, nasceu na
cidade de Ovada, na Itália, no dia 3 de janeiro de 1694. Paulo foi o primeiro
filho que sobreviveu depois da morte de 11 irmãos. Depois dele virão outros 5
filhos, para Lucas Danei e Ana Maria Massari, seus pais. Cristãos autênticos, seus
pais e principalmente sua mãe, devota da Paixão da Jesus ensinou os filhos a
contemplarem Jesus Cristo Crucificado. Dos irmãos, João Batista será o mais fiel amigo e companheiro
de Paulo Danei, sobretudo no carisma da Congregação Passionista.
Aos 19 anos, Paulo, depois de ouvir um
sermão, fez uma confissão geral dos pecados e prometeu servir a Deus e amá-lo
sempre, ele chamou de “minha conversão”.
Aos 26 anos, depois que saia da Missa, Paulo se viu vestido de hábito preto e
do lado direito do peito, uma cruz branca e o nome de Jesus também escrito em
letras brancas. Fez um retiro de 40 dias e escreveu a Regra da Congregação que
Deus o chamava a fundar, a Congregação dos “pobres de Jesus”. Antes de iniciar
o retiro, Paulo vestiu o hábito preto, conforme a inspiração. Era o dia 22 de
novembro de 1720. Este dia ficou sendo o dia da fundação da Congregação
Passionista.
Em 1721, Paulo fez o voto de propagar
a Paixão de Jesus Cristo, na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma. Recebeu a
Ordenação Presbiteral pela imposição das mãos do papa Bento XIII, na Basílica
de São Pedro e com a licença do mesmo começou a reunir companheiros para a nova
Congregação religiosa.
Em 1741, o Papa Bento XIV aprovou as
regras da Congregação da Paixão de Jesus Cristo. Paulo e os primeiros
companheiros fizeram os votos de pobreza, castidade e obediência e ele passou a
se chamar: Paulo da Cruz. A Congregação foi crescendo, embora Paulo tenha sido
provado de diversas formas, como: doenças físicas, aridez espiritual,
perseguição por parte das Ordens mendicantes, incompreensão, calúnias, etc.
Paulo da Cruz é considerado o maior
místico do século XVIII. Escreveu mais de 30 mil cartas espirituais, ensinando
sacerdotes, religiosas e leigos, a experimentar o amor de Deus, presente na
cruz de Jesus. Amou a Eucaristia e Maria. Amou e serviu os pobres, os enfermos
e os pecadores. Missionário e profeta anunciou o amor incondicional de Deus, na
Paixão no mundo. Profeta da Páscoa apontou a vida onde a dor e a morte buscavam
triunfar. DEUS MORREU POR AMOR. Esta verdade, segundo Paulo, deveria ser
proclamada por todo cristão, sem medo e com alegria.
No ano de 1769, a Igreja reconheceu a
Congregação da Paixão de Jesus Cristo. Paulo da Cruz desejou então ver os passionistas
em todas as partes do mundo, porém ele morreu antes de realizar esse sonho.
Quando da sua morte, a 18 de outubro de 1775, com 81 anos de idade, a
Congregação ainda estava só na Itália. Mas, os passionistas que vieram depois
levaram adiante o ideal de Paulo. Hoje os passionistas estão em 60 países e nos
05 Continentes. São aproximadamente 2.300 religiosos no mundo, anunciando a
Paixão de Cristo, para que a humanidade aprenda a ciência do amor divino.
São
Paulo da Cruz foi beatificado no ano de
1853 e canonizado em 1867, pelo papa Pio IX.
Frases marcantes de São Paulo da Cruz:
No rosto do pobre está esculpido o
nome de Jesus.
O mal do mundo é o esquecimento da
Paixão de Cristo. O remédio para curar todos os males é a Memória da Paixão do
Senhor.
Do mar das dores de Maria, se chega ao
oceano infinito do amor de Jesus Crucificado.
Milagres aceitos pela
Igreja para a beatificação de São Paulo da Cruz:
1-
Cura
de Francisco Maria Giorgi, em Fondi, Itália, de 9 anos de idade, com aneurisma
no coração e tifo.
2 - Cura de Maria
Rollo, em Roccasecca, região de Nápoles, Itália, de câncer.
Milagres aceitos pela
Igreja para a canonização de São Paulo da Cruz:
1 - Cura
de Rosa de Alena, de Campo de Mele, diocese de Gaeta, Itália, de câncer.
2 - Multiplicação
do trigo durante a seca, para os passionistas, no convento de Sant’Angelo de
Vetralla (Itália) e para os pobres que vinham buscar pães.
Pe. Amilton
Fonte: Mauro Odoríssio, CP
(alguns dados do capítulo I e II de São Paulo da Cruz - Uma leitura bíblica)
O vídeo é apenas para reflexão sobre o grande místico São Paulo da Cruz
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19 DE OUTUBRO - FESTA DO SANTO FUNDADOR DA CONGREGAÇÃO DA PAIXÃO DE JESUS CRISTO - PASSIONISTAS
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19 DE OUTUBRO - FESTA DO SANTO FUNDADOR DA CONGREGAÇÃO DA PAIXÃO DE JESUS CRISTO - PASSIONISTAS
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AO PE. JOÃO
MARIA CIONI DE SANTO INÁCIO
Alegra-se pelo bem realizado nas almas, ensina-lhe
como fazer-se cada vez mais idôneo para o ministério apostólico e lhe dá sábios
conselhos para o progresso de seu espírito e a boa caminhada da comunidade
religiosa.
Vetralla,
12 de junho de 1753.
I.C.P
Mui
querido Pe. Reitor:
Faz tempo que desejava sua carta.
Agora dou graças ao Senhor porque ontem pela tarde recebi uma. Alegro-me no
Senhor pelo bem que a misericórdia de Deus tem feito por seu meio em Bassiano e
Sermoneta. Também do bem que se faz em Terracina. Confio em que pouco a pouco
se cultive também esta zona. Mas V.R. sabe que uma terra abandonada necessita
de muito cultivo para que frutifique: neque qui rigat, neque qui plantat, sed
qui incrementum dat Deus (1 Cor 3, 7)[1].
Quando chegar a festa de São Pedro é conveniente cessar e retomar o catecismo,
quando chegar o frio, como se faz em Orbetello, caso contrário se põe em sério
risco a saúde e até a vida, porque na Marema, o sol deste tempo é muito perigoso.
Precisa avisar as pessoas com razão sensível, recordar como se faz em
Orbetello, com isso se convencerá. Acrescente que, se os operários adoecem,
então se encerra a ajuda espiritual[2].
Não se preocupe com os
confessionários. Nós os teremos quando Deus quiser. Teremos que fazê-los com
diligência; grades muito finas, com portas dianteiras para recolhimento e
prudência do confessor, mas, sobretudo, as grandes muito finas, pela quais não
se possa descobrir, pela sombra, o rosto de quem se confessa, caso contrário
podem surgir graves problemas.
Alegro-me especialmente pela
observância, paz e caridade da comunidade religiosa. E como confio muito em
Deus, que seja fomentado cada vez mais, pela palavra e exemplo, o seu zelo,
vigilância, caridade, prudência e testemunho.
Dou graças a Deus porque, mesmo nas
dificuldades, tudo vai bem. E, se são fieis a Deus, não lhes faltará o
necessário.
Sobre o certificado para o sal[3],
não sei como fazê-lo. O Pe. Provincial também tem uma cópia autêntica do Breve
das regras. E ele, como Provincial, pode fazer o certificado. Tem também um
selo grande. Certifica-se a aprovação da Congregação fundada em verdadeira
pobreza com os principais pontos do Capítulo da pobreza, me parece que isso
seria o suficiente.
Espero na misericórdia de Deus que
também o Pe. Sebastião[4]
dê bom resultado. Eu gostaria que não fosse tão nervoso, mas tranquilo e
ponderado nas dificuldades. Advirta-o quando for necessário. Desejo que ele
seja verdadeiro como um Israelita.
Ente outras coisas, V.R se tornará
cada vez mais capaz para o ministério apostólico e para o desempenho de seu
cargo se for fiel em manter-se na verdadeira humildade de coração, no
conhecimento de seu verdadeiro nada e cultivar sua vida interior sem deixar-se
levar pelas ocupações, em meio das quais é conveniente fazer, milhares de vezes
ao dia, frequentes atos de amor e de fé no Espírito de Deus; porque quando a
alma se submerge no abismo da divindade, nada a pode tocar nem danificar. Estes
atos se fazem passando pela porta, que é Cristo Jesus, isto é, através da
Chagas de Cristo. Tudo em fé e amor. No conhecimento do nada, resplandece a luz
e a sabedoria para tudo fazer bem.
Celebre sempre com muito zelo a
missa. Saude a essa querida comunidade, a qual cada vez amo mais em Deus. Rogo
por todos.
Tenham cuidado em conservar a
limpeza das celas, dos hábitos e de tudo. Que não haja mal odor nas celas. É
preciso ventila-las, abri-las quando for ao coro para a prima e fechá-las quando
houver sol, de maneira usual. É necessário desinfetar de pulgas, para poder
dormir, caso contrário, a saúde sofre. Alimentação adequada, sono justo e
depois das matinas, após três horas, sejam as completas.
Saúde ao senhor síndico[5]
e sua família. Procure também preparar-se cada vez mais para a pregação com o
devido estudo, durante as horas legais. Pouco a pouco, com perseverança, se
alcança a meta.
Abraço-lhe no Lado Santíssimo de
Jesus com todos os do Retiro. Saudações da parte do Pe. João Batista e dos
demais. Reitero-me.
Basta que me escreva apenas uma vez
ao mês a iuxta patentem[6].
De V.R
Com
afeto, seu servo:
Paulo
da Cruz.
[1] “Assim, pois, aqueles que planta
nada é; aquele que rega, nada é; mas importa somente Deus, que dá o
crescimento.”
[2] Tais precauções se devem ao fato
de que se pensava que durante o verão, na Marema, suas águas paradas eram a
causa da malária.
[3] No Estado Pontifício, as
comunidades religiosas mendicantes, recebiam gratuitamente certa quantidade de
sal. Devia-se fazer o pedido provando com as constituições que se vivia sem
rendas fixas e de esmolas.
[4] Pe. Sebastián Giampaoli da
Purificação: 1727-08/11/1772, ajudou muito as comunidades em fundação.
[5] O Síndico era um leigo que
administrava por conta e em nome da comunidade o dinheiro que a mesma possuía.
Por inconvenientes práticos esta instituição foi abolida em 1764. O Síndico da
comunidade de Terracina era Antônio Nardecchia que, com sua esposa Rosalía,
ajudou muito os passionistas.
[6] A “patente” era uma carta
oficial com a qual o Superior Geral apresentava a Comunidade ao reitor eleito.
Naqueles anos os superiores locais deviam informar, todos os meses, por
escrito, ao Geral sobre a situação da comunidade. Por infortúnio Paulo da Cruz
não conservou essas cartas.
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